A última vírgula
Estive
até onde pude, até onde a minha alma permitiu, até onde os sentimentos
deixaram! Mas já não estou. A amizade e o gostar não aguentam tudo.
As palavras não podem ser ditas assim.
Já não
estou. Já não estou a lutar, a lutar pelo incerto, pelo que pouco parece ter
futuro... luta tu, se quiseres: por aquilo em que acreditas, mesmo que esse
querer não me englobe. Já não estou e sei que é melhor assim. Carrego só o que
importa, mesmo sendo pouco, é o suficiente para recordar de tudo o que passou
(menos peso que levo mais fácil de me levantar)!
Recordar
toda a história de tudo aquilo que fomos e conseguimos alcançar, mesmo contra
as marés mais violentas, lembro-me que criamos grandes feitos a partir de
pequenos momentos. Lembro-me das conversas através do olhar, das negras que me
deixaste em mil e um locais... de todas as emoções acumuladas. Lembro-me também
das tuas palavras frias como se fossem ditas agora mesmo, sim essas que
deitaram por terra tudo aquilo que parecia existir.
Gostava
de ter sido capaz de chorar toda esta saudade que sinto, gostava de ter sido
capaz de me libertar e de me ter permitido cair a 100% de uma vez, caí aos
poucos achando que seria a forma mais correta, esperando sempre que tudo
pudesse ser diferente.
Dei aso
aos meus sonhos, àqueles que me faziam ter vontade de acordar todos os dias e
lutar, àqueles que não me deixavam ir abaixo mesmo quando já tudo caiu por
terra... dei aso a que tudo o que fomos me parecesse o suficiente para tudo
voltar!
Passado
este tempo todo, percebo que já não sei de ti, não sei aquilo em que te
tornaste, mas não foi isto que conheci de ti, mas por incrível que pareça
também não sei de mim. Culpa minha que valorizei demasiado aquilo que fomos,
porque na realidade sempre ouvi dizer: “Amizade que acaba por besteira nunca foi amizade verdadeira”.
Estás sempre a tempo de me provar o contrário!
Um dia destes talvez nos voltemos a falar e a amizade volte a
ser uma das palavras permitidas entre nós.
Mas por agora não mais importa, já não estou,
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